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sexta-feira, 20 de março de 2015

A crise política e os retrogamers

Será que a crise política nacional poderia afetar a vida dos colecionadores de games antigos?

A um tempo atrás eu postei aqui no blog um texto sobre a febre dos colecionadores de vídeo games, e um outro texto sobre a diferença entre colecionadores e investidores, se quiser dar uma olhada nas duas postagens segue os links:
http://areanerdx.blogspot.com.br/2014/01/diferenca-entre-um-colecionador-e-um.html
http://areanerdx.blogspot.com.br/2014/04/a-febre-dos-colecionadores-de-video-game.html

O que as dois textos acima tem a ver com o título dessa postagem? Bom, nas duas ocasiões passadas eu canto a bola de que um dia os preços dos games antigos vão cair, por causa do descaso de colecionadores "fogo de palha" ou "de modinha" e por causa da quantidade de vendedores caçando e investindo nos jogos para revenda.

Sim eu sei que os preços ainda estão altos, basta dar uma breve navegada nos anúncios do Mercado Livre e até mesmo em sites de classificados em geral como o OLX, porém, desde o inicio do ano, ando percebendo uma leve tendencia dos colecionadores a pisar no freio, no mercado livre vejo produtos, que em outras épocas, eram disputados na faca e hoje estão encalhados a meses, ainda com preços altos, mas parados, muitos sem nenhuma pergunta dos interessados.

Em grupos de vendas e leilões, em redes sociais, vejo muito vendedor reclamando de compradores que simplesmente desistem da compra. É entrar no grupo e ver o mesmo vendedor anunciando os mesmos produtos todo santo dia. Parece que a coisa travou, pode ser impressão minha, mas vejo esse mercado em declínio, parte da culpa se deve aos péssimos serviços dos correios, mas vejo a alta dos preços de produtos prioritários como: combustível, alimentação e dólar, freiar o impulso do comprador - colecionador.

Não sabemos quanto tempo essa crise política nacional vai durar, talvez dure os quatro e longos anos que temos de governo petista, quem sabe a crise chegue aos investidores de plantão, mercadoria parada, pouca demanda, colecionadores pai de família (como eu) segurando a grana pra garantir o prioritário.

Ao meu ver, um bom cenário para uma queda dos preços, será?

segunda-feira, 9 de março de 2015

O Perigo dos Games Freemium e Pay to Win

     Na década de 80 a indústria de jogos eletrônicos teve um período de sérias dificuldades.
Por causa da baixa qualidade dos games que eram lançados, a procura e o interesse caíram consideravelmente.
     As pessoas se sentiam enganadas, pois compravam pelas capas bem feitas, anúncios exagerados, ou por que os jogos eram baseados em filmes de sucesso (sim, estou falando de E.T.). 


     Eis que agora, nos últimos anos, vivemos um período que considero delicado, onde podemos estar apresentando os mesmos 'sintomas' que indicariam um novo 'crash'.

     As grandes indústrias de games, que investem pesado para produzirem grandes franquias com grande qualidade de gráficos e áudio. Porém, uma praga vem invadindo aos poucos e ganhando terreno nesse mercado: Os jogos Freemium.
     Jogos Freemium são 'gratuitos' e são encontrados em celulares, tablets e redes sociais. a palavra 'gratuitos' está entre aspas porque esses jogos são de graça até certo ponto. 
     
     Um bom exemplo de Freemium é o jogo Candy Crush, talvez o mais famoso desse estilo. Quem nunca recebeu uma enxurrada de convites chatos de amigos no Facebook pedindo vidas? O Candy Crush é gratuito, está lá, prontinho para qualquer um jogar. As primeiras fases são fáceis, cativantes, e você ganha várias recompensas para continuar no game.
     O pulo do gato começa a ser observado minutos depois, quando suas vidas terminam. Para continuar, você precisa pagar uma quantia com dinheiro de verdade, ou mendigar pelas redes sociais para que mais pessoas acessem o jogo, criando assim uma pirâmide da mendicância.
     Aliás, essa tática de ter que esperar um longo tempo entre uma jogada e outra, é outra tática chata e muito utilizada para tirar dinheiro. Pagou, jogou.
     De acordo com o avanço do jogo, as fases vão ficando mais difíceis, você se vê obrigado a comprar ajudas, até que chega um ponto onde se você não desembolsa alguma quantia, você fica preso por semanas numa mesma fase.
    
 Esse método de começar fácil e depois forçar o jogador a gastar dinheiro para vencer é conhecido como Pay to Win (pague para vencer). 
     Numa rápida pesquisa pelas lojas de jogos podemos ver que a maioria dos jogos que se dizem "grátis" na verdade utilizam esse método "Freemium" "Pay to win". 
     Em jogos de futebol, se você não paga pra melhorar seus jogadores ou comprar estádios, você não vai muito longe. Em jogos de tiro, se você não tira o escorpião do bolso para melhorar ou comprar novas armas, vai passar vergonha jogando online. Nos jogos de corrida, não pense que vai vencer muitas provas se não tunar ou comprar, com dinheiro de verdade, novos carros.


 E o que tem isso a ver com a decadência dos anos 80? 
     Do mesmo modo como ocorreu no passado, os jogadores estão se sentindo frustrados, enganados e desiludidos. Muito percebem e entendem que o fato de pagar o jogo 'em etapas' acaba sendo extremamente dispendioso. 
     E mesmo os que aceitam pagar caro por ajudas, não tem a possibilidade de finalizar o jogo, pois assim como Candy Crush, a maioria (ou todos) não possuem fim. São jogos infinitos, com fases sendo criadas aos poucos. Ou seja: Jogadores pagam uma grana alta apenas para serem os primeiros em uma gigantesca fila virtual, mas uma fila que não tem fim.
     É ou não é uma sensação frustrante? Imagina como devemos ter milhões de crianças tendo contato apenas com esse tipo de jogo, que vontade terão no futuro de colecionarem ou consumirem games?
     Quem entrar agora no Facebook e se aventurar a jogar, certamente verá dezenas de amigos seus, estacionados pelas fases desses jogos, com seus avatares abandonados por puro desinteresse.
     Para uma grande parcela da população mundial, essa é a visão que tem do que seriam jogos eletrônicos. Quem joga e se decepciona uma vez, dificilmente dará crédito a outro jogo. 
     Para piorar, até mesmo as grandes indústrias que produzem jogos de qualidade estão migrando para esse mundo dos Freemiums. Exemplo disso é a Sega, que anunciou há poucas semanas que vai investir todos esforço do seu pessoal nesse mercado, abandonando a criação de jogos para consoles.

     O que acham desse tipo de jogo? Se dedicam a algum? Seria alarmista demais essa preocupação com esses maravilhosos games disponibilizados de graça? 


*Adicionado:  Em 17/03 a Nintendo também se rendeu e anunciou uma parceria com a empresa DeNA. Em breve essa parceria produzirá jogos com personagens da Big N para celulares. Torçamos para que a qualidade, algo que a Nintendo sempre preservou, seja mantida também nesses novos jogos. Masssssss, não tenho expectativas, mais 'Pay to Win' devem estar a caminho.


Rannid Gonçalves
vk.com/rannid